Redação

O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, causou polêmica ao afirmar que já existe um “plano de negócios” apresentado ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com objetivo de transformar Gaza em uma oportunidade imobiliária de alto lucro. Smotrich — ligado ao partido de ultranacionalista Religious Zionism — declarou que a fase de demolição da infraestrutura em Gaza está praticamente concluída e que agora é hora de reconstruir, compartilhando lucros com investidores internacionais.

Segundo ele, o plano envolve a comercialização de terras em Gaza, aproveitando o quase completo deslocamento da população palestina como parte de sua estratégia urbanística. “Depois de termos investido fortemente nesta guerra, devemos partilhar os lucros da comercialização de terrenos em Gaza”, afirmou.

A estimativa é de que Israel já tenha destruído cerca de 90% da infraestrutura civil de Gaza, deixando para trás uma população e cidade destroçadas, de modo a facilitar a reconstrução sob os moldes desejados por Smotrich.

Reações internacionais

A proposta foi duramente criticada por organizações de direitos humanos, governos árabes e pela maior parte da comunidade internacional, que a veem como um plano de colonização disfarçada, etnicamente discriminatória e contrária às normas internacionais.

Também contraria resoluções da ONU que proibem a aquisição de território por meio de guerra, prática vista como ilegal sob o direito humanitário internacional.

Desde Washington, há alertas de que os EUA poderão ser responsabilizados por permitir ou apoiar esse tipo de iniciativa. Grupos humanitários denunciam que usar cenário de guerra para especulação imobiliária configura uma violação grave de princípios éticos e jurídicos.

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Fontes:
Brasil247 — “Ministro de Israel promete lucro e ‘boom imobiliário’ em Gaza”
Agência Brasil / EBC — cobertura da proposta de Smotrich
Times of Israel — “Smotrich: Gaza a potential real estate ‘bonanza,’ Israel talking with US about dividing it up”