Metanol em bebidas pode ter alcance nacional e PF abre investigação
Governo aciona plano emergencial após mortes em São Paulo e alerta para risco em outros estados

Brasília / São Paulo – O governo federal e a Polícia Federal passaram a agir com urgência diante de casos confirmados de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas no estado de São Paulo — que já deixaram ao menos três mortos — e alertam que a adulteração pode não estar restrita ao território paulista.
O Ministério da Justiça, liderado por Ricardo Lewandowski, anunciou que a Secretaria Nacional do Consumidor abriu procedimento administrativo para rastrear a origem das bebidas contaminadas e verificar se há distribuição interestadual. O Ministério da Saúde vai emitir nota técnica orientando profissionais de saúde em todos os estados para identificar sinais de intoxicação por metanol, além de reforçar contato com os Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox).
Em São Paulo, já foram confirmados dez casos de intoxicação desde o início de setembro, com mortes. Entre eles, um homem de 45 anos, em São Bernardo do Campo, faleceu em 28 de setembro. O governo afirma que o número desses casos representa uma elevação além dos padrões históricos — em anos anteriores, o Brasil registrava cerca de 20 casos por ano de intoxicação por metanol em todo o território.
A Polícia Federal foi acionada para investigar. A hipótese é de que bebidas alcoólicas adulteradas com metanol estejam sendo produzidas ou distribuídas nacionalmente.
Autoridades alertam para os sintomas da intoxicação: dor abdominal, náusea, vômito, dificuldade respiratória e risco de cegueira ou morte, conforme os casos registrados em São Paulo.
Enquanto isso, o governo federal convoca estados e municípios a reforçarem vigilância sanitária e protocolos de saúde com urgência. A operação inclui rastreamento de lotes suspeitos, bloqueio de distribuição e comunicação direta com fabricantes e distribuidores.
O cenário é alarmante: a adulteração com metanol — um tóxico letal — acionou um sinal vermelhos para a população. Se confirmada a distribuição nacional, não se trata apenas de crime contra a saúde pública — será escândalo de falha institucional e omissão estatal.