Mensagens de assessor de Braga Netto escancaram: Bolsonaro queria se manter no poder mesmo após a derrota
Conteúdo apreendido no celular do coronel Flávio Peregrino revela que “sempre foi a intenção” do ex-capitão continuar governando depois de perder em 2022; bastidores mostram articulações com verniz “jurídico” e tentativa de jogar a culpa nos militares.

Bolsonaro queria se manter no poder. Não é hipótese, é registro. Mensagens e anotações extraídas pela Polícia Federal do celular do coronel da reserva Flávio Peregrino, assessor de Walter Braga Netto, deixam claro que a permanência do ex-capitão no Planalto após a derrota era um objetivo assumido. O material, revelado nesta segunda (11), mostra o esforço para dar aparência “constitucional” a uma ruptura — com citações a estado de defesa, estado de sítio, GLO e até o já deturpado artigo 142 — enquanto a propaganda vassalocrata tentava vender golpe como “solução”.
Peregrino enviou a si mesmo textos e resumos de conversas. Neles, relata que “sempre foi a intenção” de Bolsonaro seguir no cargo e que havia pressão para que as Forças Armadas arcassem com a fatura política, como se o quartel fosse biombo para aventura autoritária. O assessor ainda registra incômodo com a estratégia de terceirizar responsabilidades para os militares, apontando falta de “lealdade” do ex-presidente — um confessionário que desmonta a farsa de “defesa da Constituição” e escancara o roteiro real: manter o poder, custe o que custar.
As revelações aterrissam num contexto em que Braga Netto já responde no inquérito do 8 de janeiro e foi preso em 2024 por obstrução, após suspeitas de tentar acessar informações sigilosas das investigações. A PF e decisões do STF situam o general como peça central do consórcio golpista. Ou seja: as mensagens de seu assessor não são um raio em céu azul; elas conectam bastidores, intentos e personagens.
O recado político é cristalino. O bolsonarismo não perdeu por pouco: perdeu e tentou não sair. As novas evidências fortalecem a responsabilização penal do núcleo que tramou contra o voto popular e contra o STF. Não há bravata que apague registros apreendidos, cadeias de comando e atos públicos. Democracia não negocia com quem tenta subvertê-la — e o Brasil está provando isso, com processo legal, transparência e firmeza institucional.
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