Mega-operações de R$ 1,22 bilhão antes do adiamento da tarifa dos EUA levantam suspeita de insider trading
Negociações bilionárias de contratos de dólar futuro ocorreram poucas horas antes do adiamento do tarifaço americano, indicando possível uso de informação privilegiada por grandes players.

Horas antes do governo norte-americano anunciar o adiamento do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, mesas de negociação no Brasil executaram mega-operações de dólar futuro no valor total de R$ 1,221 bilhão. São volumes centenas de vezes superiores à média diária e levantam forte alerta sobre possível insider trading.
Na tarde de 30 de julho, pouco depois das 15h, quando a Casa Branca comunicou o suspensão temporária da taxa extra, a bolsa brasileira registrou uma sequência de transações atípicas. Apenas as mesas do BTG Pactual e da Tullett Prebon fecharam 24.430 contratos do tipo DOLQ25, cada um avaliado em R$ 50 mil, enquanto a média usual era de apenas 9 contratos por pregão.
O maior volume foi negociado em menos de 50 milissegundos: quatro ordens de quase 20 mil contratos executadas sequencialmente. Tais negociações fogem completamente à curva do mercado, especialmente por terem sido realizadas pouco antes do anúncio oficial, o que sugere uso de sistemas automatizados por grandes instituições.
Por que isso levanta suspeita
Esse tipo de operação repentina e concentrada é típico de operações baseadas em informação privilegiada, proibidas pela legislação brasileira. Operadores poderiam ter se posicionado com antecedência ao anúncio, apostando na queda do dólar ou valorização do real. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Ministério Público Federal devem abrir investigação para apurar possíveis irregularidades.
Consequências para a política econômica
O tarifaço entrou oficialmente em vigor no dia 6 de agosto, impactando diretamente cerca de 35,9% das exportações brasileiras aos EUA — setores como carne, café, frutas, aço, têxteis e calçados enfrentam fortes prejuízos. O governo já calcula os efeitos comerciais e prepara um plano de contingência com linhas de crédito emergenciais e medidas fiscais para mitigar os danos.
Apesar da reação oficial, a aparente manipulação financeira evidencia como a narrativa política se cruza com interesses especulativos. A disputa comercial com Trump provocou não só impacto institucional, mas também movimentações atípicas no mercado que exigem explicações urgentes e punições à altura.