Megaoperação no Complexo do Alemão e Complexo da Penha gera mais de 60 mortos e torna-se a mais letal da história do RJ
Ação policial mobilizou mais de 2.500 agentes, resultou em pelo menos 60 óbitos e expõe escalada da guerra urbana no estado

Na manhã desta terça-feira (28/10/2025), uma megaoperação das forças de segurança do estado do Rio de Janeiro entrou nos complexos do Alemão e da Penha — na Zona Norte da capital — e, até o momento, resultou em pelo menos 60 mortes, incluindo policiais e dezenas de supostos criminosos.
Operação e tática
Foram mobilizados cerca de 2.500 agentes das polícias Militar e Civil, com apoio de unidades especiais, drones, blindados e helicópteros.
Os criminosos, por sua vez, reagiram de forma organizada: foram registradas barricadas nas ruas, pneus em chamas, uso de drones para ataque, explosivos improvisados e intensa troca de tiros.
Havia cumprimento de dezenas de mandados — relatórios citam 69 mandados de prisão expedidos e endereço-alvo em cerca de 180 locais entre favelas e bairros adjacentes.
Resultados preliminares
- Mortos: ao menos 64 pessoas, sendo quatro agentes de segurança (dois civis e dois militares).
- Presos: pelo menos 81 suspeitos detidos até o momento.
- Apreensões: dezenas de fuzis (reportagens apontam para 42 a 75 fuzis apreendidos) e outras armas de alto calibre.
- Comunidades impactadas: Além da forte presença armada, escolas foram fechadas, ambulâncias desviadas, unidades de saúde suspenderam atendimentos e mais de 200 mil moradores foram temporariamente afetados.
Contexto e repercussão
O governador do estado classificou a ação como “a maior operação da história” das forças de segurança do Rio, voltada especificamente contra o Comando Vermelho.
Moradores das favelas relataram intenso tiroteio, dificuldade para sair de casa, bloqueios em vias principais e presença de blindados em acessos de comunidades.
Para analistas de segurança pública com visão progressista, o episódio reforça o problema da política de segurança focada em letalidade e espetáculo — mais ainda quando se trata de regiões populares vulneráveis —, levantando debate sobre direitos humanos, participação comunitária e estratégias de ocupação sustentáveis.
