Caos no Senado: Marcos do Val cumpre tornozeleira, mas gera tumulto e resistências
De tornozeleira eletrônica, senador retorna às sessões, enquanto o Senado prepara ação para revisar medidas de Moraes e até propor afastamento temporário.

O senador Marcos do Val (Podemos‑ES) retornou hoje ao Senado, usando tornozeleira eletrônica determinada por Alexandre de Moraes, do STF, após descumprir ordem judicial ao viajar aos EUA. A reentrada ocorreu em meio a protestos da oposição e com apoio simbólico de colegas, mas também marca o aprofundamento do impasse institucional.
O que mudou
- Medidas cautelares: além da tornozeleira, Marcos do Val teve o passaporte diplomático cancelado, redes sociais bloqueadas, acesso a recursos do gabinete suspenso e contas bancárias bloqueadas por Moraes após desobediência à ordem de entregar documentos antes de viajar.
- Defesa se pronuncia: Em nota, o gabinete afirmou que o senador ainda não é réu e que tais medidas impedem o pleno exercício do mandato. A defesa disse que recorrerá à Justiça para garantir seus direitos constitucionais.
- Resposta institucional: O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, anunciou que o Legislativo recorrerá ao STF para revisar as medidas cautelares impostas. Ao mesmo tempo, sugeriu o afastamento de Marcos do Val do mandato por até seis meses como resposta política ao episódio.
Contexto geral
A controvérsia nasceu quando o senador viajou aos Estados Unidos sem autorização judicial, mesmo com ordem para entregar seus passaportes. Na volta, foi alvo de operação da Polícia Federal no aeroporto de Brasília, desencadeando medidas que alteraram drasticamente sua condição política e pessoal.
O quadro real
Este novo capítulo – marcado pela tensão entre a institucionalidade judicial e a resistência política – sinaliza que o embate ainda está longe de ser resolvido. Enquanto Marcos do Val tenta manter sua visibilidade no Senado, o STF resiste em rebaixar o controle cautelar. E o Legislativo, por sua vez, aciona mecanismos para rebater a sanção.
O desfecho ainda é incerto, mas uma coisa está clara: quem desafia a lei paga nas regras, não na narrativa pública. A decisão de Moraes não será facilmente revertida, nem por pressão política nem por gestos simbólicos. E o Brasil observa de perto esse choque institucional que simboliza a tensão com a justiça e a democracia.