Redação

O pastor bolsonarista Silas Malafaia teria ordenado ao publicitário Duda Lima, marqueteiro oficial do PL e estrategista da campanha de Jair Bolsonaro em 2022, a produção de um vídeo com o objetivo explícito de coagirmos o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional.

Conforme o relatório final da Polícia Federal, o material acusava que as tarifas impostas por Donald Trump ao Brasil só cairiam mediante aprovação de uma anistia ampla aos aliados bolsonaristas.

Mensagens interceptadas revelam trocas entre Malafaia e Bolsonaro em que o pastor diz ter pedido a Duda Lima que “inventasse uma frase” para unir “anistia já” e “queda das taxas”.

O vídeo, publicado nas redes de Malafaia, afirmava que “prender patriotas é injusto, calar vozes é censura e perseguir Bolsonaro é vergonha internacional”.

No relatório, a PF caracteriza o episódio como parte de uma “campanha orquestrada” de coação institucional e obstrução de Justiça, com vistas a pressionar ministros do STF e parlamentares a aprovar medidas favoráveis ao bolsonarismo.

Malafaia reconheceu que solicitou o vídeo, mas rejeitou qualquer irregularidade. Em nota, afirmou: “Quer dizer que a esquerda pode fazer o que quiser e nós não podemos nos defender? Isso é uma safadeza cretina”.

O marqueteiro Duda Lima, por sua vez, negou que o vídeo configurasse ataque jurídico, alegando que atua contra o governo Lula mas que não violou normas.

Essa articulação — entre discurso, propaganda e pressão institucional — revela claramente o modus operandi usado para tentar subverter o funcionamento das instituições democráticas.

Fonte: Diário do Centro do Mundo