Pastor mantem patrimônio enquanto acumula dívida tributária de R$ 17 milhões com a União

O pastor Silas Malafaia, figura central do bolsonarismo religioso, enfrenta uma bomba fiscal: sua empresa, a Editora Central Gospel, acumula uma dívida tributária de R$ 17 milhões com a União, um aumento vertiginoso de 843% desde 2021. O montante inclui R$ 6,9 milhões relativos à Previdência Social e R$ 10,1 milhões em outros tributos, conforme dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. A igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, liderada por ele, carrega apenas R$ 46,3 mil dessa dívida.

Essa avalanche de débitos ocorre enquanto a Central Gospel está em recuperação judicial desde 2019, o que torna ainda mais perceptível o contraste entre o patrimônio da empresa e sua inadimplência fiscal. Além das dívidas com a União, Malafaia ainda soma R$ 15,6 milhões em pendências com credores privados — valores devidos a bancos, fornecedores e até trabalhadores que aguardam o cumprimento das obrigações financeiras.

É importante ressaltar: o problema não é falta de recursos, mas omissão deliberada em cumprir deveres legais. Silas Malafaia é conhecido por seu discurso de prosperidade e poder — sua fortuna foi estimada em até US$ 150 milhões pela Forbes, embora ele mesmo tenha contestado esse valor, afirmando possuir “apenas” cerca de R$ 6 milhões em 2018. Isso ressalta a contradição: discursos de opulência contrastam com a recusa em pagar tributos que sustentam serviços públicos essenciais como Previdência.

Esse episódio expõe uma lógica inaceitável: enquanto prega moralidade e prosperidade, Malafaia desrespeita obrigações fundamentais com o Estado. Sobretudo enquanto a União arca com déficits crescentes, permanecer em débito fiscal é um golpe nos cofres públicos. O caso exige auditoria, fiscalização e cobrança imediata — tanto para que a lei seja cumprida quanto para que se restabeleça justiça fiscal.

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