Malafaia “exige” impeachment de Moraes e o chama de “ditador” em vídeo inflamado
Pastor evangélico defende abertura de processo contra ministro do STF, acusando-o de rasgar a Constituição e destruir a democracia — mas ignora que as acusações são vazias e meramente retóricas.

O pastor Silas Malafaia lançou um ataque direto ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em um vídeo viralizado esta terça-feira (5 de agosto). Chamou Moraes de “desgraçado ditador” e acusou-o de estar “rasgando a Constituição” e perseguindo adversários políticos sob a toga. Em tom inflamado, Malafaia defendeu que Moraes deveria ser impeachado, anunciado como ação urgente “pelo bem da democracia” e inspirado por pressões populares e até “a justiça de Deus”.
Em sua fala de tom conspiratório, o pastor afirmou que o STF não existe; há, segundo ele, apenas uma figura autoritária detendo todo o poder. Resumiu Moraes como a encarnação de um Judiciário que “não funciona” — o acusado, repete, é o juiz, não a corte. Ele defendeu que o ministro precisa ser afastado, julgado e até preso, alegando que suas decisões monocráticas justificam uma ruptura institucional imediata.
Apesar da grandiloquência retórica, não há base legal nem constitucional para o impeachment de Moraes. O procedimento exigiria, entre outros requisitos, a assinatura de 1/3 dos senadores e instauração formal pelo Congresso — algo inviável hoje, segundo aliados políticos moderados e críticos do bolsonarismo.
Além disso, a postura de Malafaia alimenta o que se convencionou chamar de retórica da conspiração, típica de grupos que tentam deslegitimar o Judiciário com linguagem emocional e agressiva, mas sem sustentabilidade jurídica real.