Malafaia lucra com áudios da PF via copyright do YouTube, acusa jornalista
Pastor vira dono dos vazamentos que deveriam ser públicos — sistema de copyright se transforma em armadilha antijornalismo.

Silas Malafaia elevou ao extremo a manipulação de poder. Ao reivindicar direitos autorais sobre os áudios interceptados pela Polícia Federal, expostos em seu diálogo com Jair Bolsonaro, o pastor transforma provas públicas em ativo privado lucrativo. É o extremo da privatização do escândalo. O resultado? Criadores de conteúdo, jornalistas e youtubers têm seus vídeos monetariamente bloqueados — enquanto a receita publicitária é desviada para a empresa ONErpm, que representa o pastor.
O caso veio à tona por ação do jornalista e youtuber Álvaro Borba, que recebeu aviso da plataforma ao publicar trechos dos áudios. No posicionamento, ele foi contundente:
“Parabenizo o empreendedorismo do pastor Malafaia… mas o material interceptado pela PF tem valor jornalístico e histórico. Se o objetivo é o lucro ou tentar sabotar a divulgação, essa manobra criativa peca por falta de honestidade.”
Borba abriu disputa formal com o YouTube — recurso previsto no prazo de 30 dias para reverter a situação.
Outro jornalista também foi afetado: Clayson Felizola registrou queda drástica no alcance de seus vídeos — resultado direto da desmonetização imposta pela manobra autoral.
Mais do que punir o YouTube, o pastor construiu uma censura indireta: o conteúdo segue disponível, mas perde o estímulo financeiro, secando o ecossistema crítico que precisa desse material para resistir à vassalocracia.