Em meio à tensão política e diplomática, presidente chavista demoniza oposicionista premiada e reafirma combater qualquer intervenção externa

Durante discurso em ato público na Venezuela, o presidente Nicolás Maduro lançou ataque agressivo contra a líder da oposição María Corina Machado, afirmando que ela seria uma “bruxa demoníaca”. O episódio ocorre logo após Machado receber o Prêmio Nobel da Paz 2025, aumentando as tensões entre governo e oposição.

Maduro disse que “90% da nossa população repudia qualquer ameaça de invasão ou guerra contra a Venezuela” e garantiu que o país defenderá sua soberania com firmeza. Ele fez referência indireta a Machado como “bruxa demoníaca da Sayona” — nome que remete ao folclore local de figura vingativa — e usou o discurso para mobilizar apoio popular contra qualquer intervenção externa.

A ostentação retórica de Maduro não menciona o Nobel de Machado explicitamente, mas o ataque surge dois dias após a premiação. Críticos apontam que esse tipo de discurso alimenta uma lógica de intimidação contra a liderança oposicionista e reforça o clima de perseguição política no país.

Em meio ao contexto, a acusação verbal também assume dimensão simbólica: demonização como estratégia para deslegitimar o adversário, transformando a oposição num “inimigo interno” que deve ser atacado. A retórica de Maduro busca reforçar que a Venezuela está em cenário de guerra simbólica, onde qualquer contraposição é enquadrada como ameaça.

Resta saber como a oposição reagirá formalmente — se haverá denúncia internacional, mobilização diplomática ou fortalecimento da narrativa de que o regime chavista recorre a discursos autoritários para conter qualquer resistência legítima.

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