Apenas um pacto que respeite a agricultura europeia ganha apoio de Macron — e esse limite evidencia que Macron defende parceria com Brasil, mas impõe condições ao acordo Mercosul‑UE

Após conversa por telefone com Lula nesta quarta-feira (20/8), Macron defende parceria com Brasil, mas impõe condições ao acordo Mercosul‑UE — afirmando que o pacto só seguirá adiante se “preservar os interesses da nossa agricultura francesa e europeia” e “servir às economias de ambos os lados”.

A ligação teve como pano de fundo os impactos dos tarifas dos EUA sobre exportações brasileiras, que Lula repudiou, anunciando recurso à OMC. Em contrapartida, Macron se comprometeu com um pacto ambicioso, mas condicionado à adoção de salvaguardas para proteger o setor agrícola europeu.

Além disso, os presidentes reafirmaram apoio ao multilateralismo, à paz na Ucrânia com garantias sólidas de segurança, reforçaram compromisso com a COP-30, que será sediada em Belém, e reforçaram a cooperação bilateral em defesa, transporte e comércio.

Macron diz que defende parceria com Brasil, mas impõe condições ao acordo Mercosul-UE — uma postura que revela o caráter bicudo do bloco europeu: abre o diálogo, desde que a soberania alimentar e climática do Norte seja preservada. Essa lógica limita a emancipação do Sul Global sob o pretexto de “equilíbrio” — enquanto nós precisamos de cooperação solidária, e não cortina de salvaguardas burguesas.

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