Ao excluir Michelle Bolsonaro do protagonismo, Silas Malafaia reforça cultura antifeminista e hierarquia masculina dentro do bolsonarismo

Silas Malafaia, pastor influente no bolsonarismo, declarou nesta quarta‑feira (23/7) no “Contexto Metrópoles” que não acredita que Michelle Bolsonaro “vá ser a grande voz do público conservador”, apontando outros nomes da direita como Nikolas Ferreira, Gustavo Gayer, Sóstenes Cavalcante, Flávio e Eduardo Bolsonaro. A afirmação ocorre em um momento de incerteza sobre quem assumirá o protagonismo na direita, com Bolsonaro impedido de concorrer até 2030.

Essa recusa a reconhecer Michelle como liderança expressiva reflete um machismo estrutural dentro da direita, onde mulheres são mantidas em posições secundárias. Estudo sobre o sexismo na direita brasileira aponta que identidades femininas são frequentemente desprestigiadas num campo dominado por figuras masculinas. Além disso, Bolsonaro já proferiu diversas falas misóginas — como defender que mulheres devam ganhar menos por poderem engravidar — reforçando uma cultura política que subestima o talento feminino.

Ao desconsiderar Michelle, Malafaia legitima essa cultura de exclusão política, em que a mulher, mesmo próxima ao poder, é vista apenas como coadjuvante. Enquanto Michelle desponta com amplo potencial eleitoral — liderando pesquisas para o Senado do DF —, o bolsonarismo insiste em priorizar vozes masculinas. O episódio expõe não apenas disputas internas, mas a permanência de um machismo institucional que limita o protagonismo feminino mesmo dentro de sua própria base.

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