Lula e Trump se reencontram na ONU: gesto simbólico e anúncio de reunião na próxima semana
Em meio a tensões diplomáticas, os presidentes trocam cumprimentos em Nova York e Trump confirma encontro futuro com Lula, sinalizando possível distensão

Lula e Trump dão passo diplomático com primeiro cumprimento na ONU e anunciam reunião futura
Durante a 80ª Assembleia-Geral da ONU nesta terça-feira (23/09/2025), Lula e Donald Trump se encontraram pela primeira vez nos bastidores do evento, com um breve aperto de mãos que ganhou forte simbolismo diante do público e da imprensa internacional. O gesto, embora curto, ocorre em meio a uma escalada de tensões entre Brasil e Estados Unidos, envolvendo sanções, tarifas e discursos críticos.
Logo depois, Trump anunciou que terá um encontro formal com Lula na próxima semana, afirmando que os dois conversaram rapidamente — cerca de 20 segundos — ao chegar na ONU. Ele descreveu o momento como marcado por “química excelente” e elogios mútuos: “Ele parece um homem muito agradável, e eu gosto dele e ele gosta de mim”.
Relevância política e diplomática
- O aperto de mãos tem valor simbólico elevado: é um sinal de disposição para diálogo, numa fase em que as relações bilaterais se encontram tensionadas.
- Trump, apesar de elogiar Lula e demonstrar abertura, reafirmou críticas ao Brasil em seu discurso: tarifas, relações comerciais, e posicionamentos internacionais foram mencionados como pontos de atrito que, na visão americana, o país “só irá bem” se trabalhar “junto com os Estados Unidos”.
- O anúncio do encontro na próxima semana eleva expectativas diplomáticas: pode abrir espaço para renegociação de pontos pendentes, como tarifas, sanções recentes e formas de cooperação econômica e política. Diplomatas brasileiros presentes em Nova York interpretam o movimento como uma tentativa de reaproximação, ainda que cautelosa.
Desafios e tensões persistentes
- Apesar do gesto cordial, há tensão de fundo: as sanções americanas baseadas na Lei Magnitsky, tarifas sobre produtos brasileiros e críticas ao Judiciário são fatores que ainda pesam na relação. Qualquer entendimento futuro precisará enfrentar esses pontos.
- A “química” pessoal anunciada por Trump pode significar abertura, mas também pode estar condicionada a interesses estratégicos dos EUA, o que implica que a negociação não será unilateral.
- Empresariado, imprensa e atores internacionais ficarão atentos: haja o que houver, gestos simbólicos nem sempre transformam disputas estruturais. Para que este momento vá além da diplomacia pública, serão necessárias ações concretas e compromissos de ambos os lados.