Lula avisa: vai taxar big techs dos EUA e defende soberania contra Trump
Presidente reforça que “gringo não manda” e critica tarifas americanas, enquanto se recusa a ceder à ingerência externa

O presidente Lula subiu o tom contra a ofensiva tarifária de Donald Trump e prometeu retaliar com a taxação das big techs americanas. Em evento da UNE em Goiânia, na quinta-feira (17), ele deixou claro: “Não aceitamos ordem de gringo” e “vamos cobrar imposto das empresas americanas digitais”, em defesa da soberania nacional.
Lula jogou pesado: criticou a decisão dos EUA de aplicar tarifas de até 50% em produtos brasileiros e reforçou que o Brasil não negociará sob chantagem. Ele lembrou que Trump publicou a ameaça por e-mail, sem qualquer canal diplomático aprofundado. Para o presidente, essas ações são agressões políticas, não econômicas .
Diante do tarifão americano, Lula elevou a taxação sobre empresas como Google, Meta e Amazon à condição de resposta legítima. A estratégia é clara: reciprocar no campo digital, onde hoje pairam ventos de regulação e cobrança internacional.
Durante o discurso, Lula também resgatou a metáfora do “imperador do mundo” para criticar Trump. Ele afirmou que o estadunidense “não foi eleito para ser imperador” global, mas apenas presidente dos EUA — e que o mundo não quer ditadores hegemônicos.
A decisão de taxar as big techs entra em sintonia com debates globais sobre plataformas digitais, privacidade, monopólio e democracia. No Brasil, a proposta reforça a ideia de controle nacional sobre influências externas que moldam comportamento e opinião pública.
Enquanto parte do governo aposta na diplomacia via vice‑presidente Alckmin, que mantém diálogo com empresários dos EUA, Lula investe na retórica dura e na defesa da soberania como bandeira central.
Com essa postura, o governo assume o risco de tensionar ainda mais as relações entre Brasil e EUA. Mas, ao mesmo tempo, sinaliza que não vai se submeter a pressões externas — e que pretende transformar a regulação digital em instrumento político e econômico.