Lula mantém ideia de moeda dos BRICS: “se fracassar, que me provem errado”
Presidente reafirma que o Brasil não renuncia à proposta, sublinha autonomia frente ao dólar e aposta na unificação política do Sul Global como resposta à hegemonia econômica.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro nesta terça-feira (12/08/2025): não recuou da ideia de criar uma moeda própria para o comércio entre os países do BRICS. Em entrevista à BandNews FM, afirmou ser essencial testar a proposta — e caso fracasse, que alguém prove que ele está errado.
Para Lula, esse debate é central à iniciativa de unificar interesses do Sul Global frente à dependência histórica do dólar — moeda de um único país que condiciona toda a economia mundial. Ele reiterou que o multilateralismo é o único caminho para equilibrar as relações entre Estados, sem permitir imposições de potências dominantes.
O presidente também sugeriu que a intenção do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode estar ligada ao receio diante do avanço brasileiro no bloco: “talvez ele esteja com um pouco de ciúmes da participação do Brasil nos BRICS”, provocou. Lula destacou que o BRICS hoje representa cerca de metade da população mundial e cerca de um terço do PIB global.
Por que isso importa
- Afirmação clara da soberania: Lula não apenas retoma a proposta de moeda dos BRICS, mas faz isso evidenciando a independência internacional do Brasil, recusando-se a mergulhar na lógica de servidão cambial.
- Centralidade do Sul Global: Ao colocar o bloco como plataforma de unificação, o Brasil fortalece sua articulação diplomática e econômica com parceiros emergentes e soberanos.
- Desafiar o dólar como norma: A proposta traz à tona a necessidade de descolonizar o sistema monetário global, reivindicando instrumentos de comércio mais equitativos.
- Cronograma político com simbologia: A fala ocorre à luz da presidência brasileira no BRICS e da 17ª cúpula realizada no Rio de Janeiro, reforçando o protagonismo geopolítico do país no bloco.
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