Lula denuncia genocídio em Gaza, acusa fome como arma e critica silêncio internacional
Lula acusa EUA de omissão ante massacre em Gaza, alerta que fome e deslocamento ameaçam existência do povo palestino e pede ação urgente da comunidade internacional

Durante seu primeiro discurso na 80ª Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras acusações relacionadas à situação humanitária na Faixa de Gaza. Ele afirmou que, embora os “atos terroristas do Hamas sejam indefensáveis”, nada justifica o que chamou de genocídio em curso, criticando a omissão e cumplicidade daqueles que poderiam intervir.
Pontos centrais da declaração
- Lula afirmou que o povo palestino corre o risco de desaparecer, destacando a gravidade das ofensivas militares, do deslocamento forçado e da fome — que, segundo ele, está sendo usada como arma de guerra.
- O presidente denunciou a cumplicidade internacional, especialmente dos Estados Unidos, ao permitir ou não impedir práticas que, em seu entendimento, configuram genocídio.
- Ele também criticou o deslocamento forçado da população de Gaza, dizendo que isso está sendo feito de forma impune.
- Lula insistiu que o mito da superioridade étnica do Ocidente está envolvido no debate: “onde está também sepultado o mito da superioridade étnica do Ocidente”.
Contexto e significado diplomático
- Esse discurso acontece em meio à crise humanitária intensificada em Gaza, com bombardeios, restrição de ajuda humanitária, mortes de civis e acusações de violações de direitos humanos por vários organismos internacionais.
- Lula posiciona o Brasil como uma voz para denunciar o que entende como crimes de guerra ou genocídio, cobrando maior responsabilidade da comunidade internacional.
- O presidente faz uso de narrativa com forte carga moral: fome, deslocamento e morte de civis — temas com apelo emocional e político mundial.
Repercussões possíveis
- A fala deve provocar reações diplomáticas de Israel e de países aliados como os EUA, que questionam o uso da palavra “genocídio” ou imputar responsabilidades internacionais.
- Pode reforçar alianças entre países e organizações críticas aos eventos, gerar debates em organismos internacionais, tribunais internacionais ou mobilizações de defesa dos direitos humanos.
- Internamente, fortalece a identidade diplomática de Lula como líder do Sul Global, defensor da causa palestina, da justiça internacional e crítico dos desequilíbrios geopolíticos.
Fontes:
- Brasil247 — “Na ONU, Lula afirma que ‘o povo palestino corre o risco de desaparecer’ e critica cumplicidade dos EUA com genocídio” — 23 de setembro de 2025.