Lula propõe imposto global de 2% sobre os ricaços para erradicar a fome
Em discurso na FAO, presidente cita exemplo do Brasil e defende taxação internacional para financiar segurança alimentar

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou nesta segunda-feira (13), na abertura do Fórum Mundial da Alimentação (FAO), uma proposta audaciosa: instituir um imposto global mínimo de 2% sobre ativos dos super-ricos como mecanismo para financiar o combate à fome mundial.
Lula argumentou que a desigualdade extrema e a concentração de riquezas são obstáculos centrais à segurança alimentar. Ele citou o exemplo do Brasil: “quando redistribuímos, quando investimos em quem sofre fome, ampliamos dignidade”. Segundo ele, essa taxação global poderia agregar recursos suficientes para garantir refeições a milhões de pessoas.
Na linha de sua proposta, Lula relacionou o imposto global ao reparo da “arquitetura financeira internacional”, defendendo que economia, solidariedade e justiça fiscal caminhem juntas. Ele ressalta que países pobres e vulneráveis não poderão enfrentar o problema da fome apenas com políticas domésticas isoladas — dependem de cooperação global.
Especialistas veem a proposta como ousada, mas com grandes barreiras políticas e técnicas: como controlar evasão, harmonizar sistemas fiscais e garantir que os recursos arrecadados sejam aplicados justamente em projetos de alimento, nutrição e apoio social nos países mais atingidos.