Nova facada de Lira: Congresso quer sabotar o governo após derrota no IOF
Arthur Lira articula uma nova ofensiva contra o Planalto para retomar poder após revés no STF

A queda da cobrança do IOF nas operações de câmbio foi uma vitória significativa para o governo Lula — mas também o estopim para mais uma retaliação fria e calculada de Arthur Lira. Como quem perde no voto e tenta ganhar no grito, o presidente da Câmara iniciou uma manobra legislativa que soa como nova facada — e o alvo é, mais uma vez, o Planalto.
Não satisfeito com a derrota no Supremo Tribunal Federal, onde viu o STF barrar a renovação automática do imposto defendida pelo Centrão, Lira busca agora vingança silenciosa no orçamento: articula um projeto de lei para ampliar os poderes do Congresso sobre a execução orçamentária, forçando o governo a obedecer ordens parlamentares mesmo quando colidem com prioridades do Executivo. Trata-se, na prática, de um sequestro da caneta presidencial por emendas.
Essa ofensiva não começou hoje. Desde o início do mandato de Lula, Lira lidera um grupo que tenta transformar o Orçamento da União em moeda de troca para interesses paroquiais — e, com isso, blindar seu próprio império de influência. As chamadas emendas impositivas viraram, nas mãos do Centrão, um instrumento para governar sem ser eleito, mandando no destino de bilhões enquanto o Executivo se vê obrigado a cortar investimentos sociais.
A guerra das emendas: chantagem disfarçada de democracia
Não é de hoje que o Brasil assiste à transformação do Congresso em balcão. Mas a audácia da vez é inédita: os parlamentares querem aprovar uma lei que obriga o governo a pagar TODAS as emendas aprovadas, mesmo que inviabilize políticas públicas estruturantes. Em outras palavras: a lógica da barganha tenta engolir o planejamento nacional.
A cereja do bolo? A proposta tramita em regime de urgência. Isso mesmo: querem empurrar goela abaixo da sociedade uma regra que enjaula o governo e enfraquece o poder popular de escolha.
Quem ganha com isso? Deputados que comandam redutos eleitorais e operam com verbas milionárias — muitos deles, aliados de Lira e membros do velho coronelismo digital, que hoje usa redes sociais e consultorias fantasmas para transformar verbas públicas em poder privado.
Lira quer governar sem ter sido eleito
Arthur Lira se comporta como um primeiro-ministro informal, tentando dar ao Congresso um papel de gestor executivo sem qualquer responsabilidade eleitoral. Enquanto isso, a narrativa do “equilíbrio entre poderes” vai sendo distorcida para legitimar a sabotagem institucional ao governo Lula.
Não se trata apenas de uma disputa entre Legislativo e Executivo. Trata-se de um novo capítulo do projeto neoliberal que, mesmo fora das urnas, continua tentando manter a elite política brasileira no controle da máquina pública — ainda que isso custe a governabilidade, o SUS, a educação, o Bolsa Família.
A pergunta que não quer calar: até quando Lira será o intocável da República?
É hora de perguntar: quem deu a Arthur Lira o poder de sequestrar o orçamento da República? Até quando ele continuará usando o Congresso como arma contra governos progressistas? A democracia não é feita só de urnas, mas de respeito ao voto. E isso significa respeitar quem governa em nome do povo — e não quem manipula bastidores para proteger interesses próprios.
A hora é grave. A sociedade precisa estar atenta à tentativa de desfigurar a Constituição via chantagem orçamentária. O que está em jogo vai além de uma disputa política: é o futuro da soberania popular.
Tem que pegar esse bandido por um dos muitos crimescque vometeu e volocá-lo em prisão.