Líder do Hamas confirma fim permanente da guerra com Israel na Faixa de Gaza
Declaração de Khalil al-Hayya aponta acordo de cessar-fogo duradouro e marca virada simbólica no conflito

O chefe da delegação de negociadores do Hamas, Khalil al-Hayya, declarou nesta quinta-feira (9) que a guerra entre Israel e o grupo terminaria “de forma permanente” na Faixa de Gaza, após a assinatura de um acordo de cessar-fogo. A fala veio durante negociações no Egito e repercute como marco simbólico no conflito de dois anos.
Segundo a declaração, o pacto de paz firmado contempla uma trégua abrangente e o “fim definitivo” das hostilidades. Al-Hayya integra a delegação que negociou com mediação internacional, incluindo atores árabes e estadunidenses.
A notícia do acordo surge no contexto de recentes anúncios diplomáticos: Israel e Hamas já haviam firmado uma cessão de hostilidades e troca de prisioneiros nos últimos dias, na primeira fase de um plano de paz mediado por países como EUA e Egito.
Embora o anúncio evite detalhes técnicos, espera-se que a trégua inclua retirada parcial de tropas israelenses da Faixa de Gaza, liberação de reféns e cessão de bloqueios humanitários. Essas medidas, se efetivadas, representariam avanço concreto em direção à reconstrução da região.
É importante ressaltar, no entanto, que o termo “fim permanente” pode refletir vontade política mais simbólica do que condição jurídica consolidada. Dadas as complexidades regionais, as exigências de segurança de Israel e a estrutura fragmentada de controle em Gaza, muitos analistas veem esse anúncio com cautela.
Além disso, embora o acordo seja recebido com alívio por populações civis extremamente afetadas, ele dependerá do cumprimento passo a passo — supervisão internacional, verificação de cessar-fogo, garantia de entregas humanitárias e demarcações de soberania. Até lá, a retórica do “fim permanente” será testada no terreno.
Esse momento não é só um ponto de transição no conflito: é prova de que a diplomacia e a pressão internacional, somadas ao cansaço humano, podem forçar mudanças mesmo nos confrontos mais enraizados.