Redação

Nesta sexta-feira, 11 de julho de 2025, a imprensa francesa reagiu com indignação ao anúncio de uma tarifa de 50 % sobre os produtos brasileiros, rotulada como “tarifão”. A coluna assinada por Thomas Legrand no jornal Libération foi incisiva: classificou o presidente dos EUA, Donald Trump, como um “mafioso internacional”, comparando sua postura à de um chefe de organização criminosa por sua interferência direta na política brasileira.

Segundo a análise, Trump teria “transformado as relações internacionais, políticas e comerciais em um vasto campo de prevaricação, extorsão e ameaças violentas”, comportamento este que reforçaria a analogia ao modus operandi de Al Capone. O texto apontou que o presidente americano estaria agindo para proteger seu aliado Jair Bolsonaro, condicionando a manutenção do apoio político à interrupção de processos judiciais no Brasil, e exigiria ainda a não censura de plataformas digitais com conteúdos falsos.

A publicação também destacou que a escalada tarifária coercitiva, aplicada sob pretexto político, representa uma tentativa de extorsão para influenciar decisões soberanas do Brasil. A intenção seria frear não apenas o julgamento de Bolsonaro, mas também impedir regulações sobre redes sociais que o favorecem.

Além disso, jornais como o Les Echos e a emissora BFMTV repercutiram a crítica, apontando incoerências no argumento americano de déficit comercial — já que, segundo dados franceses, os EUA teriam registrado superávit de US$ 7,4 bilhões com o Brasil em 2024. Essa série de medidas coercitivas reforça o temor de uma grave crise diplomática entre Brasília e Washington.

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