Investigação pode atingir Michelle e aliados de Bolsonaro: PF sugere desmembramento e ampliação da ação penal
Relatório da PF aponta envolvimento de Michelle e de aliados próximos na trama pós-eleitoral; PGR analisa ampliar denúncias

O inquérito que resultou no indiciamento de Jair Bolsonaro e de seu filho Eduardo por tentativa de golpe, coação e atentado à democracia pode ser desmembrado e chegar a figuras de seu entorno, incluindo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, conforme relatório final da Polícia Federal entregue ao STF. A Procuradoria-Geral da República avalia agora se arquiva o caso, promove diligências ou inclui novas denúncias.
A Polícia Federal identificou indícios de que Michelle Bolsonaro e a esposa de Eduardo, Heloísa, participaram da ocultação de recursos entre pai e filho. O relatório sugere que elas teriam sido usadas como intermediárias em “artifícios para dissimular a origem e o destino de recursos financeiros, com o intuito de financiamento e suporte das atividades ilícitas do parlamentar licenciado no exterior”.
A investigação vai além: também menciona a atuação do pastor Silas Malafaia em estratégias de coação — trocou mensagens com o ex-presidente sobre pressão política e anistia. Ele foi alvo de busca e apreensão, teve o passaporte recolhido e está proibido de sair do país ou manter contato com os investigados. O ex-comentarista Paulo Figueiredo, atualmente nos EUA, também aparece como participante do esquema golpista.
Esse avanço mostra que não se trata apenas de responsabilizar Bolsonaro e Eduardo: o entorno político e familiar também está no radar institucional. A ascensão dessa denúncia reflete a gravidade do esquema golpista e a necessidade de não permitir manobras de blindagem seletiva. A PGR, com autonomia, pode apresentar diferentes frentes denunciatórias — desmantelando a tentativa de impunidade familiar e política que ronda o clã Bolsonaro.