Redação

Brasília — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que o chanceler Mauro Vieira inclua nas tratativas em Washington todos os desdobramentos da crise bilateral — não apenas o tarifaço imposto pelos EUA, mas também as sanções políticas que atingem autoridades brasileiras.

A orientação é clara: negociar um “pacote completo” para reconstruir a confiança entre Brasil e Estados Unidos. Vieira embarcará para Washington na quinta-feira (16) para encontro com o secretário de Estado Marco Rubio. Fontes do Itamaraty dizem que Lula quer “congelar a escalada” da crise, com uso simultâneo de apelos econômicos e argumentos políticos.

Na pauta aberta estão:

• a reversão ou flexibilização das tarifas de até 50% impostas aos produtos brasileiros;
• a suspensão ou mitigação das sanções de vistos e restrições impostas a autoridades do STF e governo brasileiro;
• a retomada de diálogo político mais amplo para reverter o estranhamento diplomático e reduzir tensão na relação comercial.

O plano do governo prevê que o Brasil deixe claro que está disposto a diálogo estratégico, mas sem ceder em questões que toquem a soberania. Internamente, a expectativa é de que esse movimento possa gerar um encontro entre Lula e Trump ainda neste mês, dependendo dos resultados.

Empresas exportadoras já respiram com alívio com a possível abertura das negociações comerciais, mas a peça política da crise — sanções, restrições e jogadas diplomáticas — será o teste mais sensível para a diplomacia de Lula.