Redação

O deputado federal Hélio Lopes (PL‑RJ), conhecido como Hélio Negão, montou nesta sexta-feira (25 de julho de 2025) um acampamento na Praça dos Três Poderes, defronte ao Supremo Tribunal Federal (STF). Com uma fita branca sobre a boca simbolizando censura e trajando camisa com a bandeira de Israel, ele pretendeu transformar um ato político em gesto espiritual, numa clara afronta à soberania popular e às decisões judiciais legítimas.

O “jejum de palavras”, como o deputado chamou, é mais do que silêncio: trata-se de espetáculo político, caixa de ressonância para o bolsonarismo conspirativo. Ele afirma protestar contra medidas impostas a Jair Bolsonaro — como restrição de entrevistas e posts nas redes sociais — mas ignora que esses instrumentos foram garantidos pela autoridade do STF no contexto de um inquérito por tentativa de golpe de Estado.

Enquanto se apresenta como vítima de opressão, Hélio desafia explicitamente a lei. Apesar da instalação proibitiva de barracas na área e determinações da PMDF para remoção do local, ele mantém sua estrutura empunhada como símbolo de resistência — mas contra quem mesmo? Contra a Justiça que atua contra o autoritarismo bolsonarista.

O ritual é ainda acompanhado pelo deputado Coronel Chrisóstomo (PL‑RO), que se junta num ato de solidariedade política em postulados de impunidade. Ele pede anistia aos envolvidos nos atos extremistas de 8 de janeiro e critica o estado democrático de direito como ferramenta de perseguição política — ecoando um discurso autoritário em plena capital federal.