Haddad ataca “gritaria do andar de cima” e promete fechar brechas que isentam ricos do IR
Ministro rebate Bolsonaro e avisa que medidas devem taxar milionários sem prejudicar trabalhadores

Em primeiro lugar, durante o lançamento do Plano Safra Agricultura Familiar 2025/26, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, rebateu críticas de Bolsonaro e denunciou a hipocrisia da elite econômica, dizendo que “o andar de cima grita, mas não contribui”. Ele garantiu que o governo trabalhará para fechar brechas do Imposto de Renda reservadas aos mais ricos.
Reação à oposição e críticas à elite
Haddad relembrou que Bolsonaro deixou a tabela do IR congelada por sete anos, sem correção pela inflação, o que obrigou trabalhadores a pagarem imposto mesmo sem ganho real. “Que moral ele tem para falar em aumento de imposto?”, questionou. Ele ainda provocou o ex-presidente ao aludir ao insucesso de seu evento na Paulista, acusando-o de “mentir para distrair” da realidade política.
Justiça fiscal: isenção e cobrança consciente
Segundo o ministro, cerca de 32 milhões de famílias receberão isenção ou redução de IR, pois quem ganha até dois salários mínimos (R$ 5 mil mensais) pagará menos – em muitos casos, nada. Por outro lado, apenas 140 mil pessoas com renda superior a R$ 1 milhão anuais passarão a pagar uma alíquota mínima de 10%. Haddad frisou:
“Se o cara já paga 2%, vai pagar mais 8%. A mesma alíquota que paga um policial militar, um bombeiro, uma professora.”
Fechamento de brechas privilegiadas
Haddad enfatizou que “jabutis” na legislação – dispositivos que favorecem empresas ou indivíduos ricos – serão removidos com urgência. Ele explicou que esses privilégios não têm autor definido, surgem camuflados em leis e são difíceis de remover, mas agora serão alvo prioritário da equipe econômica, como medida de justiça social.
Por que isso importa
- Redistribuição fiscal: o plano realinha a carga tributária, aliviando quem ganha pouco e ajustando impostos para os mais ricos.
- Contra-elitismo político: o discurso de Haddad desafia a ideia de que tributar a elite é impopular, transformando isso em bandeira de justiça.
- Escalada institucional: ao enfrentar Bolsonaro e setores poderosos, o governo adota narrativa de que a responsabilidade fiscal deve priorizar igualdade social.
Conclusão
Haddad não apenas rebateu a oposição — ele posicionou o ajuste fiscal como luta contra privilégios históricos. A proposta é simples: quem não paga imposto, ou paga menos de 10%, vai ser chamado a contribuir. O recado é contundente: a “gritaria do andar de cima” não calará o avanço da justiça tributária. O foco agora é eliminar jabutis, aplicar uma alíquota mínima a milionários e blindar os trabalhadores e camponeses.
1 comentário em “Haddad ataca “gritaria do andar de cima” e promete fechar brechas que isentam ricos do IR”