Ministro da Fazenda alerta: base da pirâmide paga benefícios que nunca chegam ao topo

Em palestra na Faculdade de Direito da USP, nesta sexta‑feira (27/06/2025), o ministro Fernando Haddad afirmou que vivemos uma invertida absurda: “sociedade de ponta‑cabeça”, onde a base — os mais pobres — arcam com os custos do Estado enquanto os mais ricos escapam de sua parte justa.

Ele lembrou que aceitou chefiar a Fazenda porque Lula se comprometeu com o slogan de reverter essa lógica: “colocar o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda”. Haddad revelou que o Brasil concede cerca de R$ 800 bilhões em renúncias fiscais aos mais abastados — sem que isso diminua a desigualdade.


Ajuste fiscal: direitos sob ameaça

Haddad desmontou a falácia de que ajuste fiscal é sinônimo de responsabilidade. No Brasil, segundo ele, sempre significa supressão de direitos, que recai sobre os mais vulneráveis. Ele questionou ironicamente: quando chamamos “a turma da cobertura” — os mais ricos — para pagar sua parte, o tema vai por água abaixo. A moral é clara: o ajuste só é viável se quem tem paga, de verdade.


A inversão de prioridades do Estado

O ministro foi enfático: em vez de tributar grandes fortunas ou superfortunas, o Estado brasileiro dá desconto para os ricos e aperta a corda do pobre, do aposentado, do salário mínimo. Quem paga a conta são os menos favorecidos — e isso não só é injusto como perigosamente insustentável.


Por que isso importa

  • Revela que o modelo fiscal brasileiro é regressive e beneficia indevidamente a elite.
  • Mostra que prometer justiça tributária não basta — é preciso ação efetiva e política.
  • Lança o desafio: quem paga pelo Estado — deve pagar sua parte — sob pena de ampliar ainda mais a desigualdade social.

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