Após derrubada do IOF, Haddad defende cortes em supersalários e isenções, enquanto mercado mira salário mínimo
Em meio ao rombo de R$ 10 bi, governo opta por atacar privilégios; setores financeiros pedem congelamento do piso

Em primeiro lugar, com a derrota no Congresso que derrubou o aumento do IOF — e um rombo estimado em R$ 10 bilhões — o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou uma ofensiva de curto prazo para ajustar o orçamento público: cortar supersalários e revisar isenções fiscais concedidas a grandes setores da economia.
Cortes e ajustes fiscais do governo
A proposta do governo mira penduricalhos que elevam remunerações acima do teto constitucional — como verbas indevidas a magistrados e procuradores — e já conta com aprovação no Senado, mas segue emperrada na Câmara. Outras frentes incluem redução de incentivos a 17 setores produtivos, que somam cerca de R$ 800 bilhões em renúncias tributárias, além de propostas para limitar repasses federais ao Fundeb.
Pressão do mercado por cortes no mínimo
Por outro lado, analistas do mercado financeiro defendem medidas radicais: congelar o salário mínimo em termos reais por até seis anos, desvincular benefícios sociais da variação do piso e atrelarem os gastos obrigatórios com saúde e educação a limites do arcabouço fiscal — o que poderia gerar uma folga de até R$ 190 bilhões em uma década.
Conflito entre abordagens
Enquanto o mercado privilegia cortes que recaem sobre a população de menor renda, o governo aponta que tais ações têm forte impacto social e sugerem priorizar privilégios no topo da pirâmide. O foco em supersalários e subsídios altos visa preservar políticas públicas essenciais sem penalizar trabalhadores e aposentados.
Por que isso importa
- Equilíbrio fiscal pragmático: o governo tenta evitar medidas impopulares, mas prioriza ajustes estruturais.
- Choque de narrativas: o embate entre propostas exclusivas da elite e medidas amplas ao público coloca o debate em evidência.
- Pressão política imediata: a próxima decisão recairá sobre o Congresso — que vai definir se aprova cortes nos supersalários ou opções mais drásticas.
Conclusão
A saída fiscal após a derrota no IOF está em jogo: Haddad aposta na agenda antielitista — cortar ganhos exagerados e privilégios — enquanto o mercado pressiona por uma guinada que reverta direitos sociais. O relento tem prazo curto; o peso dessas escolhas vai ecoar na economia e na política do país nas próximas semanas.
1 comentário em “Após derrubada do IOF, Haddad defende cortes em supersalários e isenções, enquanto mercado mira salário mínimo”