Nova ferramenta da Polícia Federal identifica origem do metanol e fortalece fiscalização contra contaminações criminosas

O governo federal anunciou nesta sexta-feira (3) uma iniciativa essencial para frear a impunidade em casos de contaminação alcoólica: vai disponibilizar aos estados e ao Distrito Federal uma tecnologia avançada de rastreamento do metanol — apelidada de “DNA do metanol” — que permitirá identificar a origem das bebidas adulteradas.

O método, operado pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, utiliza análises de isótopos estáveis para diferenciar se o metanol presente em amostras é resultado de adulteração industrial ou provém de fontes naturais. Segundo o Ministério da Justiça, essa distinção é “crucial” para acelerar investigações e responsabilizar criminosos.

A estratégia integra um plano coordenado entre a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e a Polícia Federal. O governo promete capacitar perícias locais, distribuir padrões analíticos e viabilizar o transporte de amostras suspeitas para laboratórios nacionais de referência.

No total, as 49 unidades de criminalística distribuídas pelo Brasil atuarão como pontos de coleta ou entrada no sistema nacional de resposta pericial. Também serão aplicados protocolos de inspeção de embalagens, rotulagem e lacres, além de ferramentas de epidemiologia forense para mapear casos de intoxicação e mortes relacionadas.

A adoção dessa inovação chega em meio a um contexto trágico: casos recentes de intoxicação por metanol expuseram o risco à saúde pública e a fragilidade de mecanismos de fiscalização estaduais, muitas vezes subfinanciados, sem capacidade técnica ou investigativa.

Se for usada com rigor e articulação — em especial com governadores e polícias científicas — a tecnologia do “DNA do metanol” pode romper com a cultura de impunidade nos crimes contra a vida por contaminação. O desafio será operacionalizar isso com rapidez e integridade institucional.

Fonte: Brasil 247

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