Governo Lula espera redução de tarifas dos EUA, mas vê impasse sobre Lei Magnitsky
Embate diplomático revela tensão entre negociar comércio e manter soberania brasileira

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva partiu para a ofensiva diplomática. Há expectativa de que os Estados Unidos anunciem, ainda em novembro, uma redução nas tarifas aplicadas às exportações brasileiras — picanha, café, aço, soja. Mas a alegria diplomática encontra muro: o impasse envolvendo a Lei Magnitsky.
Na recente reunião entre o ministro das Relações Exteriores brasileiro e o chefe da diplomacia norte-americana, ficou claro que houve avanço no diálogo comercial. O passo, no entanto, foi calculado com reservas: o Brasil exige autonomia e se recusa a abrir mão de sua soberania em troca de concessões.
Enquanto as tarifas concentram as atenções, o verdadeiro nó está em torno das sanções aplicadas a autoridades brasileiras — tema que coloca em risco a narrativa de equalização comercial construída pelo governo Lula. A Lei Magnitsky foi aplicada em nome de direitos humanos, mas o Brasil entende que virou instrumento de chantagem geopolítica.
Este momento é mais do que economia. É liturgia de dignidade nacional. O Brasil rejeita o papel de colônia exportadora, fala de gerar valor aqui dentro: transformar soja em proteína vegetal, minério em aço, petróleo em diesel. E, ao mesmo tempo, se recusa a aceitar que a suposta “ajuda” dos EUA venha com algemas nas decisões domésticas.
Agora, as atenções se voltam para dezembro, quando nova rodada de negociação está marcada em Washington. O Brasil não espera só tarifas menores — espera respeito irrestrito à sua autonomia. A luta não é por favorecimento: é por reconhecimento.
