Governo adia projeto de barreiras contra sanções dos EUA em meio a negociações com Trump
Brasília freia tramitação de lei antissancionatória enquanto busca sinal diplomático favorável com Washington

O governo brasileiro decidiu adiar a tramitação de um projeto de lei que instalaria mecanismos de resistência às sanções impostas por potências estrangeiras — sobretudo os Estados Unidos. A paralisação ocorre justamente em meio às tratativas que envolvem um possível encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo citada pelo Brasil 247, a medida era vista como resposta legislativa à escalada de tarifas e sanções externas, mas agora foi “freada” por orientação diplomática ou estratégica, para evitar tensões diretas antes das negociações de alto nível.
Fontes próximas ao governo avaliam que o projeto antissancionatório poderia ser interpretado como afronta diplomática ou retaliação precipitada. O recuo sugere que, no momento, o Brasil prefere calibrar o diálogo com os EUA em vez de escalar o confronto legislativo.
Essa ofensiva normativa vinha sendo apoiada por setores da diplomacia e do Ministério do Desenvolvimento, que defendiam que o Brasil não poderia permanecer indefeso frente às sanções tarifárias anunciadas por Trump, como parte de uma política comercial recíproca.
Entretanto, fontes governistas também reforçam que o adiamento não significa desistência: o texto pode ser reapresentado após o momento das negociações, com ajustes para suavizar o tom confrontacional ou incluir cláusulas de transição.
O caso escancara o dilema central da diplomacia brasileira: como defender a soberania econômica sem romper pontes com potências que têm poder de dano imediato. A opção por adiar o projeto pode ganhar interpretação ambígua — tanto como prudência diplomática quanto como capitulação antecipada.