Militar confessa idealização de plano conhecido como “Punhal Verde e Amarelo” e diz que era apenas um “pensamento digitalizado”

Brasília, 24 de julho de 2025 – Durante interrogatório no STF, o general da reserva Mário Fernandes reconheceu ser o principal idealizador do documento batizado como “Punhal Verde e Amarelo”, plano que previa o assassinato do presidente Lula, do vice Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. Fernandes afirmou ainda que o material era apenas fruto de uma análise pessoal, não compartilhada com ninguém (pensamento digitalizado).

Segundo o general, o arquivo era uma espécie de estudo de situação militar, uma compilação de riscos e cenários não levada adiante nem apresentada a outros atores. Ele disse que se arrepende de ter digitalizado o conteúdo e garantiu que esse material não acrescentaria qualquer informação relevante se extraído de seu HD (arquivo é absolutamente descontextualizado).

Fernandes é réu no núcleo 2 da ação penal 2668, parte da Operação Contragolpe, que investiga a articulação de uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 e inclui planejamentos para impedir a posse de Lula e Alckmin, bem como ataques ao Judiciário, incluindo o STF.

Contexto e implicações políticas

  • A Polícia Federal afirma que Jair Bolsonaro tinha “pleno conhecimento” do plano, que envolvia cenários como envenenamento, atentados explosivos e técnicas militares de sequestro e assassinato, conforme registrado em relatórios detalhados da investigação.
  • A ação resultou na prisão de cinco agentes, incluindo quatro militares das Forças Especiais e um policial federal, além da restrição de passaportes e bloqueio de contatos entre investigados.
  • A revelação escancara o nível de radicalização de setores dentro da cúpula militar e política bolsonarista, ameaçando o Estado democrátrico em sua forma operacional

A confissão do general Mário Fernandes revela a gravidade institucional da trama golpista: um plano estruturado para eliminar figuras-chave da democracia brasileira. Apesar de tentativas de minimizar o conteúdo como mera “reflexão”, o plano faz parte de um esquema arquitetado por altas patentes militares com suporte político. O caso reforça a necessidade de rigor e transparência no desmembramento das investigações sobre o golpe planejado em 2022.

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