Ministro do STF diverge de Moraes, adota posição tida como gesto de leniência e se torna referência para a base bolsonarista.

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi o único a votar contra as medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro — que incluem tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e restrição ao uso de redes sociais — durante o julgamento da Primeira Turma realizado no sistema virtual na segunda-feira (21), com encerramento às 23h59.

Apesar de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin terem votado seguindo o relator, Fux divergiu. Ele afirmou que “a amplitude das medidas impõe restrições desproporcionais aos direitos fundamentais, como a liberdade de ir e vir e de expressão”, e que PF e PGR “não apresentaram provas concretas de tentativa de fuga”.

A base bolsonarista viu no voto contrariado de Fux um alívio simbólico. A demora em apresentar seu julgamento — alegando estar gripado e só registrando o voto às 23h30 –, somado à divergência, foi interpretada como “gesto de solidariedade”.

Além disso, Fux foi poupado pelas sanções americanas. Enquanto Alexandre de Moraes e outros ministros tiveram vistos suspensos por Trump, ele manteve seu visto intacto, fortalecendo sua posição entre conservadores alinhados ao ex-presidente.

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