Redação

A foto que viralizou neste domingo (3 de agosto), mostrando multidão na praia de Copacabana e compartilhada como se fosse um ato recente pró‑Bolsonaro, é armação antiga e enganosa, segundo verificação do Fato ou Fake, serviço de checagem do Grupo G1. A imagem, que apresenta uniformes verde‑amarelos e som automotivo, foi produzida em 7 de setembro de 2022, durante ato bolsonarista no bicentenário da Independência, e está sendo disfarçada como se fosse uma mobilização deste fim de semana para inflar narrativa política.

O vídeo de repost da GloboNews no Instagram, marcado com a hashtag #FAKE, ignorou mecanismos básicos de verificação, como o texto embutido sobre a data original na própria fotografia (2022-09-07). Postagens em perfis ligados à extrema-direita tentaram expandir a circulação da imagem com descrições como “Copacabana hoje”, mas usuários atentos, por meio de busca reversa, já encontraram versões idênticas no Kwai e em plataformas de 2022, inclusive em publicações do deputado Mário Frias (PL), naquele mesmo dia da Independência do Brasil.

A réplica do episódio remete a uma estratégia de desinformação já constatada anteriormente: um vídeo 360° da praia circulou como ato atual, mas foi confirmado pela Reuters Fact Check como sendo de setembro de 2022, com a data visível na filmagem e publicação original no Kwai no dia seguinte ao evento turn3news7. Tanto o vídeo quanto essa fotografia reforçam um padrão: imagens nostálgicas dos dias bolsonaristas de outrora são recicladas como símbolos de fôlego ou presença de público em manifestações atuais.

Especialistas em combate à desinformação alertam que essa manipulação visual é cada vez mais comum entre simpatizantes de Jair Bolsonaro e movimentos de extrema-direita: reutilizar cenas de eventos anteriores como se fossem espontaneidade do presente, com o objetivo de sustentar narrativas e tentar influenciar a opinião pública, alimentando a percepção de um movimento mais sólido e massificado do que realmente é.

O Fato ou Fake recomenda verificar sempre a origem da imagem, buscar sinais de edição ou datações sobrepostas, e desconfiar de materiais que pareçam replicar estilos ou cenários bolsonaristas de 2022 sem os filtros adequados.