Flávio Bolsonaro pede que Trump recue e suspenda “tarifaço” após ação da PF contra o pai
Senador sugere revogação de tributo de 50% dos EUA e pede sanções individuais contra “perseguidores”

O senador Flávio Bolsonaro (PL‑RJ), filho do ex‑presidente Jair Bolsonaro, pediu publicamente nesta sexta‑feira, 18 de julho de 2025, que o ex‑presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revogue a tarifa de 50% imposta sobre produtos brasileiros. A manifestação ocorre logo após a deflagração de uma operação da Polícia Federal contra o ex‑mandatário — que incluiu buscas, apreensão de dinheiro e aplicação de medidas cautelares como tornozeleira eletrônica e restrição de contato com Eduardo Bolsonaro.
Nas redes sociais, Flávio defendeu que, em vez de penalizar o Brasil como um todo, Trump deveria aplicar sanções individuais contra “quem persegue cidadãos e empresas americanas, viola liberdades, usa cargo público para violar direitos humanos e implodir a democracia de um país para satisfazer seu próprio ego”.
Horas depois da repercussão negativa, o senador apagou a publicação no X. Em seguida, justificou que o “tarifaço é algo que não está no nosso controle” e que seria mais prudente retirar a mensagem.
A ação da PF, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, envolveu busca e apreensão na residência e escritório de Bolsonaro. Foram apreendidos aproximadamente US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie. Também foi determinado o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno e proibição de comunicação com seu filho Eduardo, além de restrição no uso das redes sociais e contato com diplomatas.
A medida de Flávio, que foi alvo de críticas por misturar política externa e questões domésticas, destaca a tentativa de familializar o episódio, transformando-o em crise diplomática com os Estados Unidos. No entanto, parte do baixo escalão do bolsonarismo ficou desconfortável com a associação direta entre o episódio jurídico no Brasil e a política de Trump.