Flávio Bolsonaro usa retorno “modesto” em classe econômica para mascarar ofensiva golpista contra Moraes
Viagem relâmpago em voo popular não é humildade — é encenação calculada para avançar impeachment do STF

Flávio Bolsonaro repentinamente alterou a volta da Europa e desembarcou em Lisboa num voo comercial, posição econômica — gesto midiático que buscou simular humildade. Mas a mudança de planos ocorreu no mesmo dia em que ele protocolou mais um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
O senador apresentou o pedido sob a justificativa de que Moraes estaria abusando do poder ao restringir contas bancárias e impor medidas restritivas ao seu pai, Jair Bolsonaro, e a seu irmão Eduardo. Mas essa narrativa envereda para a retaliação política — com o objetivo claro de minar o Judiciário, criando a falsa impressão de uma reação institucional legítima — o que, na verdade, reforça o plano golpista bolsonarista.
Cada passo é manobra de imagem e ataque. A “classe econômica” de hoje não é ato de identificação com a população — é performance construída para ocultar manipulação. A encenação busca desviar o foco das ações concretas do STF, que tratam de crimes ligados ao clã Bolsonaro, incluindo trama de golpe de estado e tentativas de interferência internacional por meio de aliados de Trump.
A viagem em classe econômica é a embalagem, o impeachment é o conteúdo. Sob o verniz de modéstia, o objetivo continua sendo o mesmo: enfraquecer o STF por dentro, por meio de teatro parlamentar. O Brasil precisa identificar essa encenação como o que é — manipulação deslavada — e reforçar a blindagem institucional que impede qualquer golpe de Estado legal.