Redação

O senador Flávio Bolsonaro (PL) atacou duramente a recente videoconferência entre Lula e Donald Trump, afirmando que o resultado do diálogo revela uma “abertura de caminho” sob a mediação do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, a quem chamou de conhecedor “dos males do socialismo”.

Segundo Flávio, a ligação entre Lula e Trump foi revestida por uma “ponte diplomática enviesada” e vai além de interesses econômicos. Ele sustentou que a interlocução passa justamente pelas mãos de Rubio, sugerindo que o dirigente americano atua de forma consciente nessa estratégia de aproximação.

No contexto da fala diplomática, Trump teria classificado o telefonema como “ótimo”, afirmando que discutiram temas de economia e comércio, e indicou desejo de um encontro em breve — no Brasil ou em solo americano.

Implicações políticas e geopolíticas

Críticas como as de Flávio revelam tensão latente dentro do bolsonarismo: enquanto Lula promove reaproximação diplomática após tarifaço e crise com os EUA, aliados do extremismo reagem com retórica de nacionalismo e desconfiança. A menção a Marco Rubio também serve não só para atingir Lula, mas para inserir a direita brasileira no xadrez político internacional, como se estivessem alinhados com figuras centrais da extrema-direita global.

A escolha de Rubio como interlocutor simbólico reforça como o bolsonarismo busca legitimar alianças externas enquanto acusa o governo petista de subserviência. Essa retórica ecoa narrativas de retrocesso, ideologia e ameaça ao projeto progressista.

Embora Flávio consiga mobilizar parcela radicalizada do eleitorado, sua crítica pode ofuscar o debate real: se o Brasil vai negociar, deve fazer isso com soberania, sem aceitar tutelas ideológicas externas. Querendo ou não, esse tipo de ataque revela que há mais jogo político interno do que realmente diplomático à vista.

Fonte: Vero Notícias