Flávio Bolsonaro ataca Alexandre de Moraes após novas condenações anunciadas pelo STF
Senador denuncia “várzea jurídica” na Corte como reação às condenações anunciadas pela Primeira Turma e tenta mobilizar base bolsonarista

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) partiu para o ataque contra o ministro Alexandre de Moraes nesta quarta-feira, em reação à divulgação pela Supremo Tribunal Federal (STF) das recentes condenações envolvendo o Núcleo 4 da trama golpista articulada no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Alguém pode escrever aqui nos comentários em qual artigo do Código Penal está o tipo ‘ataque a urnas eletrônicas’? Alexandre de Moraes transformou o Brasil numa várzea jurídica. E os coleguinhas de Turma obedecendo, já que os alvos são Bolsonaro e qualquer um em seu entorno,” escreveu Flávio em sua conta no X.
Na sessão da Primeira Turma do STF, o placar foi de 4 votos a 1 para condenar seis militares da reserva e um policial federal por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça, além de deterioração de patrimônio tombado — enquanto um oitavo réu, ex-presidente de instituto, foi condenado por dois delitos.
Flávio Bolsonaro novamente tenta dar o tom de narrativa: trata-se, segundo ele, de perseguição política orquestrada. Ele acusa o ministro Alexandre de Moraes de agir com “vingança” e “teatro” contra seu pai.
O embate não é apenas jurídico — é político. O desgaste atinge não só o clã Bolsonaro, mas o próprio modelo de accountability que o STF vem implementando contra o bolsonarismo radical e seus braços militares. A ofensiva de Flávio tenta mobilizar a base, questionar a legitimidade do julgamento e transformar o processo em luta simbólica de sobrevivência.
Agora caberá aguardar os próximos passos: os julgamentos de recursos, réplicas e a reação institucional do STF. A pergunta que fica no ar é clara: até quando as instituições brasileiras vão tolerar o discurso de que fiscalizar extremistas e golpistas é “várzea jurídica”?