Redação

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) tem intensificado conversas com parlamentares do Centrão para viabilizar propostas de dosimetria que beneficiem condenados nos processos relacionados à trama golpista e aos atos de 8 de janeiro de 2023. → A dosimetria é o projeto que prevê atenuar penas impostas pelo STF para envolvidos nesses casos.

Em meio a essas negociações, Flávio fez uma afirmação cortante sobre seu irmão, o deputado Eduardo Bolsonaro: segundo relatos em meios políticos, ele teria se referido a Eduardo como “o maluco do meu irmão” durante uma dessas articulações.

A tensão entre os irmãos é explícita na disputa de estratégias políticas: enquanto Eduardo atua nos Estados Unidos articulando sanções contra o Brasil para pressionar governo e instituições, Flávio se posiciona como oposição à “tudo ou nada”, inclusive rejeitando parte da radicalização promovida por Eduardo.

O objetivo de Flávio nas negociações é conquistar votos suficientes para aprovar a dosimetria no Congresso, contando com o Centrão como apoio decisivo. Essa articulação mostra que ele aposta mais na via legislativa tradicional do que em confrontos judiciais ou diplomáticos extremos.

A insinuação contra o irmão não é apenas um desabafo: serve para marcar identidade política distinta. Flávio parece querer se apresentar como mais pragmático, menos radical e menos dependente da estratégia externa de Eduardo.

Se essa manobra de Flávio vingar, poderá redesenhar alianças no bolsonarismo e no Congresso. A divergência entre os irmãos revela que não há unidade total nas estratégias da extrema-direita brasileira — e que as disputas internas também têm impacto direto nas investidas contra o STF e o sistema democrático.

Fonte: O Globo, BNews