Fake news incentivam saques em massa do Banco do Brasil e geram investigação da PF
AGU denuncia campanha digital orquestrada que associa o banco às sanções internacionais e busca desestabilizar o sistema financeiro instaurando pânico

Brasília, 30 de agosto de 2025 — Uma série de posts falsos em redes sociais e aplicativos de mensagens tem circulado com o objetivo claro de induzir correntistas do Banco do Brasil (BB) a realizar saques massivos, alimentando o risco de colapso financeiro. Em resposta, a Advocacia-Geral da União (AGU) formalizou uma notícia-crime à Polícia Federal (PF) solicitando investigação imediata.
A monitoria da empresa Palver identificou um aumento repentino de mensagens alarmistas sobre o banco, com frases como “Tire seu dinheiro do Banco do Brasil” e menções a “Brasileiros sacando seu dinheiro pelo risco Moraes/Dino”. Em um único dia, o volume ultrapassou 120 citações a cada 100 mil mensagens, um salto muito acima da média.
O estopim foi a aplicação da Lei Magnitsky pelos EUA sobre o ministro Alexandre de Moraes, o que desencadeou especulações infundadas de sanções internacionais que comprometeriam o BB — cujo sistema financeiro ainda paga salários do STF. Essa associação enganosa ganhou tração após o coordenamento online.
Entre os disseminadores identificados, estão os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL‑SP) e Gustavo Gayer (PL‑GO), além do advogado Jeffrey Chiquini. Em postagens públicas, incitaram correntistas a retirarem seu dinheiro, associando a medida a riscos inexistentes.
O Banco do Brasil reforçou que essas narrativas são “inverídicas e maliciosas”, prestes a provocar uma “corrida bancária” que poderia fragilizar o Sistema Financeiro Nacional. A instituição aguardava providências legais e destacou que espalhar boatos pode render pena de dois a seis anos e multa, conforme previsto na legislação específica sobre crimes financeiros.
— Por que isso importa:
Essa tentativa deliberada de sabotagem institucional não pode ser ignorada. O ataque ao BB, estatal de fronteira com a legalidade, visava semear insegurança econômica. Agora, o Estado precisa responder com firmeza. Investigar, responsabilizar — não apenas para reparar, mas para preservar um futuro onde a democracia financeira não seja refém dos boatos de extrema-direita.