Aproximação diplomática aponta para negociação em vez de punição comercial imediata

O encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos em Brasília, Gabriel Escobar, indicou que a sobretaxa de 50% prevista para 1º de agosto sobre produtos brasileiros pode não entrar em vigor na data anunciada. A proposta foi discutida com o senador Randolfe Rodrigues durante reunião realizada em Brasília, conforme revelado nesta quinta-feira.

A postura de Escobar representa uma abertura para uma negociação em vez de uma imposição imediata, reforçando o ambiente de tensão comercial entre Brasil e EUA.

Na quarta-feira, o vice‑presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, expôs ações do governo brasileiro para evitar prejuízos ao setor exportador, como o agronegócio. Ele mencionou a criação de um comitê interministerial e afirmou que uma solicitação formal de adiamento da tarifa pode ser enviada, caso os prazos se mostrem inviáveis.

A iniciativa diplomática ganhou reforço de representantes de grandes empresas dos Estados Unidos com operações no Brasil, como Amazon, General Motors e Coca‑Cola. Essas multinacionais articulam nos bastidores uma frente de apoio para pressionar por decisões equilibradas em Washington.

Com a tarifa aprovada em julho pelo presidente Donald Trump, os EUA também abriram uma investigação sobre as práticas comerciais brasileiras sob fundamentos legais. Analistas apontam que essa dupla abordagem – mistura de ameaça tarifária com enquadramento jurídico – visa oferecer um “verniz legal” à estratégia, embora possa reforçar seu caráter político.

O reconhecimento por parte dos EUA da possibilidade de postergação oferece ao Brasil uma janela para buscar soluções diplomáticas ou comerciais — sem provocar rupturas — antes do prazo limite de 1º de agosto.

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