Entidade que repudia PF é controlada por Malafaia, revela investigação
Cimeb, que atacou investigação da PF contra o pastor, é presidida e coordenada por ele

A farsa ganhou corpo — e agora se chama Cimeb. A tal entidade que repudia PF é controlada por Malafaia. O Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos, que emitiu nota de repúdio à investigação da Polícia Federal, foi criado e é presidido pelo próprio pastor Silas Malafaia.
A nota, assinada por 26 pastores, denunciava “tamanha perseguição” que atingiria indiretamente a esfera religiosa. Mas o detalhe essencial é este: todos os contatos oficiais do Cimeb impressos nos registros da Receita Federal usam endereços e e‑mails da Editora Central Gospel, empresa de propriedade de Malafaia. O local registrado? A Taquara, na Zona Oeste do Rio — mesmo endereço das empresas ligadas ao pastor e da Avec, braço beneficente de sua igreja. É estratégia pura: usar capa religiosa como escudo pessoal.
Mas não se trata de defesa legítima: a entidade que repudia PF é controlada por Malafaia serve como mecanismo auxiliar de blindagem institucional. Malafaia aparece como alvo da PF por suspeitas de obstrução de julgamento no caso Bolsonaro — ele, Eduardo Bolsonaro e Jair são investigados por pressionar o STF contra condenação pelo golpe de 2022. A atuação do pastor nesse papel de liderança ficou pública no podcast investigativo Império Malafaia.
Essa articulação mostra como a “resistência evangélica” virou defesa corporativa. O discurso de “perseguição religiosa” ganha toxina quando se sabe que quem grita mais alto segura os cordões da banda.