Roberto Abdenur prevê que aproximação diplomática reduzirá ainda mais qualquer influência da ala radical e transformará cenário eleitoral de 2026

O anúncio de uma reunião entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump reacendeu especulações estratégicas para 2026. Segundo o ex-embaixador Roberto Abdenur, uma foto com o ex-presidente dos EUA pode ser suficiente para escantear o deputado Eduardo Bolsonaro e enfraquecer sua articulação agressiva no plano internacional.

Para Abdenur, o local da reunião pouco importa — pode até ser em país neutro — porque o ganho simbólico pesa mais do que os resultados práticos imediato. Ele avalia que, mesmo sem efeitos imediatos, o encontro tem capacidade de deslocar as narrativas políticas favoráveis à ala radical bolsonarista.

O diplomata também aponta que a agenda entre Lula e Trump deve tratar temas decisivos para o Brasil: tarifas impostas pelos EUA, dados sobre big techs, política de terras raras e estratégia para data centers. Isso pode marcar o Brasil como parceiro relevante, não apenas receptor de pressões externas.

A hipótese de escanteamento de Eduardo surge porque ele tem desempenhado papel central como interlocutor bolsonarista junto aos EUA — inclusive nas articulações das sanções e agenda anti-Brasil — e uma aproximação institucional entre Lula e Trump poderia deslocar esse protagonismo.

Esse redesenho simbólico não é trivial para a disputa presidencial de 2026. Se Lula se consolida como interlocutor internacional, compete diretamente com forças que apostam no radicalismo como diferencial eleitoral. Com isso, Eduardo Bolsonaro perderia parte de seu espaço estratégico e simbólico.

Fonte: CartaCapital

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