Brasília convoca diplomata após nota que repete “witch hunt” e acusações contra o STF

A embaixada dos Estados Unidos em Brasília emitiu uma nota que ecoa diretamente a retórica de Donald Trump e a defesa de Jair Bolsonaro, chamando o processo contra o ex‑presidente de “caça às bruxas”. A repercussão foi imediata: o governo brasileiro reagiu convocando o encarregado de negócios norte‑americano para dar explicações.

1. Um apoio diplomático fora do script

Na posição clássica de neutralidade, a missão diplomática dos EUA surpreendeu ao replicar os argumentos de Trump, validando o discurso de que Bolsonaro estaria sendo alvo de perseguição política — em uma linha de argumentação até então restrita ao círculo direto e às redes do republicano.

2. Brasília reage com firmeza

O Itamaraty anunciou a convocação do diplomata americano como forma de protesto. A reação enfatiza que o governo Lula não tolera interferência externa que pareça respaldar narrativas golpistas, especialmente quando elas provêm de uma embaixada.

3. Desencontro diplomático e impacto político

O episódio marca uma colisão entre duas visões: de um lado, os EUA reforçam sua influência ideológica em apoio a aliados conservadores; do outro, a diplomacia brasileira reforça horizontes de soberania, para evitar que ações externas pressionem processos jurídicos nacionais.

4. Risco de crise institucional ampliada

A repercussão pode ser maior, pois legitimar acusações de “witch hunt” contra Bolsonaro traz repercussão política interna e risco de escalada diplomática. A linha entre opinião política e posicionamento diplomático esteve mais próxima do que o Brasil aceitaria.


Conclusão: neutralidade em xeque, soberania posta à prova

A nota da embaixada atravessou a fronteira entre aconselhamento diplomático e apoio político. Ao dar eco a um discurso partidarizado, violou o princípio básico de neutralidade, alimentando tensões entre Brasília e Washington. A resposta brasileira deixa claro: interferência ideológica tem limite — e estes podem ser geográficos.


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2 comentários sobre “EUA surpreendem e embaixada no Brasil endossa retórica pró-Bolsonaro de Trump

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