No mesmo podcast, deputado celebra tarifas de Trump e omite corrupção do aliado

Dois amigos políticos discutindo com autoridades estadunidenses sobre sanções ao Brasil antes do anúncio oficial, para depois celebrá-las publicamente. Enquanto Eduardo Bolsonaro se gaba da suspensão de liberdades em nome de uma suposta defesa ao “contrapoder”, Paulo omite seu passado sombrio para ganhar legitimidade midiática. Estratégia bem orquestrada: “defender liberdade” com discurso e termos que punem o povo — e ainda blindar a própria imagem com discursos populistas e omissões. A grande mídia insiste em silêncio ou neutralsismo, mas a farsa foi exposta. Povo, anotem isso: uma classe política que vende o Brasil para interesses externos. Contra essa sanha, só a luta popular organizada!

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se posicionou com entusiasmo sobre as tarifas de 50% impostas por Donald Trump aos produtos brasileiros — e admitiu que o tema foi apresentado a ele em reuniões com autoridades estadunidenses antes do anúncio oficial.

Em participação no podcast Inteligência Ltda., ao lado do influenciador Paulo Figueiredo, Eduardo afirmou que não precisaram sugerir a sanção, pois “os americanos apresentaram essa opção antes de todo mundo”. Figueiredo, por sua vez, confirmou que discutiram medidas direcionadas ao ministro do STF Alexandre de Moraes, mas que hoje apoiam o pacote completo.

“Agora estou ‘100% convencido’ de que foi o movimento certo pro Brasil”, declarou Figueiredo . “Eu concordo”, reforçou Eduardo, que ainda disparou: “Chamo de Tarifa‑Moraes. Foram tarifas de 50%, a maior dessa última leva, devido à crise institucional que o Moraes está fazendo”.

Eduardo tentou justificar o impacto aos pobres: “Quando ele quiser reclamar, talvez vá ser calado (…) antes de qualquer tipo de questão comercial, vem a liberdade (…) você vai ser um escravo, um cubano”.

O deputado ainda amanheceu sendo investigado pela Polícia Federal: há um inquérito, a pedido da AGU, sobre possível uso de informação privilegiada por ele para lucro cambial antes do anúncio das tarifas.

Enquanto ele defende sanções generalizadas, o ex-presidente Jair Bolsonaro nega qualquer ligação da família com a decisão de Trump: “Isso é lá do governo Trump. Não tem nada a ver com a gente (…) o Eduardo não pode falar em nome do governo brasileiro”, afirmou.

O mesmo episódio do podcast Inteligência Ltda., exibido em 21 de julho, também foi palco para Paulo Figueiredo celebrar o “defesa da liberdade” e atacar o STF — mas ignorou um detalhe crucial: sua própria prisão em Miami, em 2019, quando figurou na lista da Interpol por envolvimento com corrupção e esquema ligado ao BRB, cumprindo medidas cautelares por 17 dias.

Segundo o Diário do Centro do Mundo, a prisão de Figueiredo envolveu acusações de propina no BRB e sua omissão foi tratada como “palanque estratégico” para manter sua credibilidade.

No podcast, Figueiredo fez declarações bombásticas, acusando o STF de perseguir jornalistas e afirmando que o general Tomás Paiva conspirava com Alexandre de Moraes, sem enfrentar uma só pergunta sobre sua ficha corrida ou vínculos com Trump — como sociedade no fictício “Rio de Janeiro Hotel”, ligado a corrupção.

Ao criticarem a imprensa e politizarem um debate sobre sanções, Eduardo e Figueiredo converteram o espaço em palanque claro: celebraram ataques a instituições do país, minimizaram consequências econômicas e ocultaram gravidade pessoal — e tudo, sem qualquer contestação relevante no ar.

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