Redação

O ex-assessor do ministro do STF Alexandre de Moraes, Eduardo Tagliaferro, foi detido nesta quarta-feira (1º) pelas autoridades italianas, em cumprimento ao pedido brasileiro de extradição.

Tagliaferro, que possui cidadania italiana e vinha residindo naquele país, é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de ter vazado mensagens internas trocadas entre servidores do gabinete de Moraes, que envolvem relatórios e monitoramentos no âmbito do STF e TSE.

Detalhes da prisão e status processual

As informações apontam que ele foi conduzido por agentes locais até uma delegacia para aplicação de medidas — porém não está claro ainda se permanecerá preso preventivamente ou terá restrições de movimentação.

O ministro Moraes já havia solicitado formalmente a extradição do ex-assessor, e o pedido foi encaminhado ao Itamaraty pelo Ministério da Justiça em 20 de agosto.

Acusações e histórico

A denúncia da PGR inclui crimes como violação de sigilo funcional, obstrução de investigação e vazamento de dados sigilosos.

Tagliaferro ocupou cargo de chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, e passou a ganhar notoriedade ao questionar procedimentos dentro do gabinete de Moraes, afirmando que foram feitos relatórios internos com base em dados sigilosos para compor inquéritos no STF.

Em julho de 2025, ele anunciou que residiria na Itália, o que passa a ser interpretado como estratégia para evitar medidas judiciais no Brasil.

Futuro da extradição

O governo brasileiro agora aguarda o posicionamento da justiça italiana. O tratado de extradição entre Brasil e Itália está em vigor, mas o fato de Tagliaferro ter dupla cidadania pode complicar sua entrega.

Caso a extradição seja concedida, ele será transferido ao Brasil para responder ao processo que investiga o vazamento dos diálogos. Se negada, pode haver pedido para que responda na Itália ou sob outras formas de cooperação jurídica internacional.