Deputado reage com tom emocional a matéria que aponta uso de conta da esposa para ocultar recursos

Em tom que chega a parecer choroso, Eduardo Bolsonaro voltou suas críticas à CNN Brasil nesta sexta-feira (22) após a veiculação de uma reportagem baseada em relatório do Coaf, apontando que ele teria usado a conta da esposa, Heloísa Bolsonaro, para ocultar parte dos valores recebidos via Pix. “Oh, pessoal da CNN, pelo amor de Deus: Eduardo Bolsonaro usou a conta da esposa para esconder dinheiro. Não faça isso. É me chamar de burro”, desabafou o deputado.

A CNN, amparada em dados do Coaf encaminhados à PF, mostra que Jair Bolsonaro teria transferido cerca de R$ 2,1 milhões ao filho — de forma fracionada e repetida — justamente para evitar acionamento dos controles legais. Eduardo teria, então, recorrido ao uso da conta da esposa, com repasses de R$ 50 mil e R$ 150 mil — prática que, segundo o relatório, teria como objetivo claro driblar eventuais bloqueios.

Na tentativa de se justificar, Eduardo afirmou que tudo é “totalmente regular, totalmente certo e transparente” e acusou o ministro Alexandre de Moraes de bloquear suas contas — e da esposa — para “causar sofrimento na família”. Essa retórica reforça o perfil vitimista adotado por quem busca justificar atitudes questionáveis com argumentos emocionais e manobras discursivas.

Contexto e crítica

  1. Proteção familiar como artifício
    O uso da conta da esposa para movimentações financeiras problemáticas não soa como garantia de transparência — mas como estratégia de ocultação. A justificação racional não resiste ao evidente conflito ético que esse artifício representa.
  2. Vitimismo como escudo narrativo
    Eduardo recorre à vitimização para tentar desqualificar reportagens fundamentadas, substituindo o debate por apelos emocionais: “me chamar de burro”.
  3. O alvo real não é apenas o jornalista, mas o sistema de justiça
    A narrativa de que Moraes quer “causar sofrimento” tem claro papel político — atentar contra a legitimidade das instituições que investigam sua atuação.

Este episódio reforça a urgência de desmontar a retórica da impunidade e exigir transparência real — não encenações midiáticas de inocência. Toni combativo e militante, é hora de responder com rigor: manipular os sentidos para escapar do escrutínio institucional não é defesa — é ataque descarado à democracia.

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