Filho do ex-presidente se reúne com autoridades do governo Trump para pressionar aplicação da Lei Magnitsky contra ministros do STF

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro viajou novamente aos Estados Unidos para reforçar o lobby junto ao Departamento de Estado americano, desta vez com o objetivo de pleitear sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O pedido visa à aplicação da Lei Magnitsky — que permite punições como congelamento de bens e restrição de vistos — adotada pelos EUA contra cidadãos estrangeiros suspeitos de violação de direitos humanos ou corrupção.

Nos encontros, Eduardo Bolsonaro esteve acompanhado do jornalista e economista Paulo Figueiredo. Conforme relatos, foram discutidas sanções diretas contra Moraes — e também contra o procurador-geral da República, Paulo Gonet, que já estaria no alvo das articulações — previstas para ocorrer até agosto.

Além disso, o grupo explicou às autoridades americanas que a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros por Trump ocorreu parcialmente em resposta ao andamento do processo contra seu pai, Jair Bolsonaro. O deputado defendeu que qualquer reversão dessas medidas depende da aprovação de uma anistia ampla e irrestrita no Congresso Nacional.

Durante uma das reuniões, foi informada a possibilidade de um contato direto entre Donald Trump e Jair Bolsonaro, via ligação telefônica que incluiu um breve “abraço” — segundo Eduardo — na tentativa de mediar apoio político e jurídico.

O deputado também ressaltou que autoridades norte-americanas demonstraram interesse em entender a atuação individual de cada ministro do STF. A iniciativa integra uma estratégia ampla do bolsonarismo, que busca internacionalizar a narrativa de perseguição política, pressionar o Judiciário nacional e instituir canais externos de retaliação.

A ação representa evolução da tática usada por Eduardo desde março, quando se mudou para os EUA para intensificar a articulação pró-Bolsonaro em solo americano . A abordagem gera preocupação interna, pois levanta questionamentos sobre ingerência estrangeira nos processos judiciais brasileiros.

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