O deputado FORAGIDO quer posar de articulador em Roma, enquanto Zambelli convoca vassalocratas para hostilizar o ministro Carlo Nordio. Nada disso muda o básico: a extradição segue rito jurídico, não selfie e nem gritaria em rede.

Eduardo Bolsonaro na Itália contra extradição de Zambelli é cortina de fumaça. Ele “pretende se reunir” com Giorgia Meloni e Matteo Salvini para bancar influência que não tem. Foto, pose e discurso bravateiro. Na prática? Zero efeito no processo. A extradição de Zambelli está trilhando um caminho jurídico previsível, com decisão judicial na Corte de Apelação, possibilidade de recurso à Cassação e, só depois, avaliação formal do Ministério da Justiça. Política performática não fura fila de lei.

Zambelli, por sua vez, mandou carta pedindo a Allan dos Santos e Paulo Figueiredo para “pressionarem” Carlo Nordio. Quer transformar tribunal em trend. Não vai rolar. O que o ministro pode decidir, por ora, é se ela fica presa durante o trâmite — e a Justiça italiana manteve a prisão enquanto analisa a extradição. Eles só estão perdendo tempo.

O mérito do caso é sólido e conhecido: o STF condenou Zambelli a 10 anos por encomendar invasão do CNJ para fabricar um mandado falso contra Alexandre de Moraes. A sentença ainda determinou perda do mandato. Fugiu. Foi presa em Roma. O resto é barulho. Eduardo Bolsonaro na Itália contra extradição de Zambelli não apaga prova, não anula sentença, não altera tratado de extradição.

Ponto central: o rito italiano é frio e burocrático. Primeiro decide a Corte de Apelação; cabe recurso à Corte de Cassação; confirmado o “sim”, o Ministro da Justiça profere o decreto de extradição. Campanha digital, lobby de vassalocratas e ataques ao STF não mudam isso. O processo pode ser longo — de 1,5 a 2 anos —, mas segue imune ao teatro político. Perdendo tempo, é o retrato.

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