Eduardo Bolsonaro quebra silêncio e classifica conversa Lula-Trump como “golpe de mestre”
Deputado recria narrativa de ação diplomática estratégica, embora texto tenha sido editado posteriormente — gesto mira "recuperar protagonismo" na guerra de narrativas da direita

Depois de forte repercussão da videoconferência entre Lula e Trump, o deputado Eduardo Bolsonaro decidiu romper o silêncio e reagir publicamente. Em post publicado nas redes sociais, ele chamou o encontro de “golpe de mestre”, sugerindo que o governo Lula teria obtido vantagem estratégica com o contato diplomático.
O post chamou atenção — principalmente porque a versão inicial foi editada. Na primeira redação, Eduardo afirmava que Trump havia pautado o Brasil de modo a neutralizar as iniciativas paralelas que ele próprio vinha conduzindo nos Estados Unidos.
Fontes aliadas comentam que esse tipo de discurso indica tentativa de reposicionar Eduardo dentro do bolsonarismo e evitar que ele seja relegado a ator secundário diante dos novos rumos diplomáticos do governo Lula.
A crítica de Eduardo faz parte de um movimento mais amplo: nos bastidores, aliados do governo avaliam que ele já vinha perdendo espaço de interlocução, enquanto Lula assumia o protagonismo no diálogo internacional. Recentemente, setores governistas ironizaram sua atuação, citando sua articulação de sanções contra o Brasil como medida desesperada.
Apesar do tom ofensivo da postagem, a edição posterior sugere que assessores do deputado têm tentado calibrar os riscos — tanto em termos jurídicos quanto de imagem — caso ele exagere nas acusações contra o STF, a diplomacia brasileira ou demais poderes.
Para analistas da cena política, a investida pública evidencia duas crises simultâneas: de narrativa (quem fala por “direita”) e de estratégia (quem projeta poder em 2026). Eduardo parece apostar que ao se posicionar no eixo internacional restaurem parte de sua autoridade, mas esse tipo de bate-boca virtual pode gerar ainda maior desgaste institucional em caso de confrontos judiciais ou legislativos.
Fonte: Revista Fórum