Redação

O deputado federal Eduardo Bolsonaro postou nesta quinta-feira (23 de outubro de 2025) em sua conta no X que “imprudente foi darmos a vaga do Senado para você [Cleitinho]” e que “muitos dos nossos erros iremos corrigir”.

A declaração — publicamente dirigida ao senador Cleitinho (Republicanos-MG) — revela, mais uma vez, as fissuras dentro do bloco da direita e expõe o racha interno que atormenta o projeto conservador rumo a 2026. Eduardo reconhece o próprio campo como falho em estratégias de aliança, escolha de candidaturas e definição de rumo.

Fontes de bastidor afirmam que a frase representa mais que um desabafo: é um gesto de abertura para reestruturação da articulação interna do Partido Liberal (PL) e seus aliados. A percepção é de que Eduardo tenta resgatar protagonismo, ao mesmo tempo em que admite que erros recentes — como decisões mal calibradas de alianças senatorias ou escolhas de postulantes — abalaram a unidade da direita.

Essa cena compõe o contexto mais amplo já identificado por analistas: a direita brasileira está sem liderança clara, sem candidato único e marcada por disputas intestinas, o que alimenta a narrativa de que o campo conservador não está preparado para um embate nacional coerente. Eduardo acumulou embates públicos com nomes como Tarcísio de Freitas, Valdemar Costa Neto e o próprio Cleitinho — e agora admite que “corrigir” os erros será parte da agenda futura.

Na prática, o reconhecimento público desse tipo de erro fortalece a leitura de que o campo de oposição progressista tem uma janela de oportunidade histórica: com a direita enfraquecida, a Partido dos Trabalhadores (PT) e aliados podem avançar não só defendendo a agenda de esquerda como também capturando setores céticos à fragmentação da oposição. A fraqueza conservadora pode, portanto, facilitar a consolidação de uma frente progressista mais sólida.